Olíbrio (472)
Imperador Olíbrio (472 d.C.): Um Breve Reinado no Crepúsculo do Império Romano do Ocidente
Introdução
O declínio do Império Romano do Ocidente foi marcado por instabilidade política, invasões bárbaras e imperadores efêmeros. Entre esses, destaca-se Anício Olíbrio, cujo reinado em 472 d.C. durou apenas alguns meses. Embora breve, sua ascensão e queda refletem as complexas relações entre Roma, Constantinopla e os povos bárbaros. Esta monografia explora a vida, o contexto político e o legado de Olíbrio.
Contexto Histórico
O Império Romano do Ocidente estava em colapso, com sucessivos imperadores sendo manipulados por generais bárbaros como Ricímero.
A capital imperial havia sido transferida de Roma para Ravena, e o poder real estava nas mãos de militares e aristocratas.
O Império do Oriente, com sede em Constantinopla, ainda mantinha relativa estabilidade e influenciava a política ocidental.
Origem e Ascensão
Anício Olíbrio nasceu por volta de 431, membro da influente família senatorial dos Anicii.
Casou-se com Placídia, filha do imperador Valentiniano III, o que o ligava à dinastia teodosiana.
Tinha laços com os vândalos, pois sua cunhada era casada com Hunerico, filho do rei Genserico.
Foi cônsul em 464 e tornou-se o candidato de Genserico ao trono ocidental.
O Reinado de Olíbrio (abril – novembro de 472)
Foi proclamado imperador por Ricímero, o poderoso general bárbaro, após a deposição e morte de Antêmio.
Reinou em meio a uma guerra civil entre facções romanas e bárbaras.
Morreu em novembro de 472, provavelmente de edema pulmonar (hidropisia), após apenas seis meses no trono.
Relações com o Oriente e os Bárbaros
O Império do Oriente, sob Leão I, não reconheceu imediatamente sua autoridade.
Genserico, rei dos vândalos, apoiava Olíbrio como forma de influenciar a política romana.
Sua ascensão simboliza o enfraquecimento da autoridade imperial e o domínio de interesses externos sobre Roma.
Legado e Sucessão
Olíbrio foi sucedido por Glicério, outro imperador de curta duração.
Seu reinado marca um dos últimos capítulos do Império Romano do Ocidente, que cairia definitivamente em 476 com Rômulo Augústulo.
Sua filha permaneceu em Constantinopla, e sua linhagem desapareceu da política imperial.
Conclusão
O reinado de Olíbrio, embora breve, é emblemático do colapso do poder romano no Ocidente. Sua ascensão, sustentada por alianças familiares e interesses bárbaros, revela a fragilidade das instituições imperiais e a transição para uma nova ordem política na Europa. Olíbrio não foi um imperador de feitos, mas sim um símbolo do fim de uma era.