Maximiano (286–305)
Imperador Maximiano (286–305): O Braço Militar da Tetrarquia
Introdução
O final do século III d.C. foi um período de crise e transformação no Império Romano. Em meio a invasões bárbaras, instabilidade política e colapsos econômicos, surgiu uma nova estrutura de governo: a Tetrarquia. Um dos pilares desse sistema foi Marco Aurélio Valério Maximiano, conhecido como Maximiano Hercúleo. Esta monografia explora sua trajetória, papel na Tetrarquia, campanhas militares e legado.
Origens e Ascensão
Nascimento: c. 250 d.C., em Sirmio, Panônia (atual Sérvia)
Origem social: Família de comerciantes; sem formação acadêmica formal
Carreira militar: Serviu sob os imperadores Aureliano e Probo; destacou-se por sua energia e lealdade
Aliança com Diocleciano: Tornou-se seu braço direito e foi nomeado César em 285 e Augusto em 286
Campanhas Militares
Rebeliões Internas
Bagaudas (285): Suprimiu revoltas camponesas na Gália com firmeza e diplomacia
Caráusio (286–296): Tentou, sem sucesso, reprimir a secessão da Britânia liderada por Caráusio e depois Alecto
Fronteiras do Reno e África
Guerras Germânicas (285–288): Defendeu a fronteira do Reno contra tribos como os alamanos e burgúndios
Campanhas na Hispânia e Mauritânia (296–298): Combateu piratas e incursões berberes
A Tetrarquia e o Governo
Tetrarquia: Sistema de governo com dois Augustos (Diocleciano e Maximiano) e dois Césares (Galério e Constâncio Cloro)
Divisão simbólica: Diocleciano era associado a Júpiter (governo e sabedoria), Maximiano a Hércules (força e ação)
Residência: Augusta dos Tréveros (atual Trier, Alemanha), mas passou a maior parte do tempo em campanha
Abdicação e Retorno
Abdicação (305): Forçado por Diocleciano a renunciar; retirou-se para o sul da Itália
Retorno (306–308): Reassumiu o título de Augusto para apoiar seu filho Magêncio
Conflito com Constantino: Tentou depor o filho e depois usurpar o trono de Constantino, sem sucesso
Queda e Legado
Captura e morte (310): Após fracassar em usurpar o trono, foi capturado por Constantino em Massília (Marselha) e forçado ao suicídio
Damnatio memoriae: Sua imagem foi removida de monumentos públicos
Reabilitação: Após a morte de Magêncio, foi deificado por Constantino
Legado Histórico
Militarismo: Representa o auge da militarização do poder imperial romano
Tetrarquia: Sua parceria com Diocleciano foi fundamental para a estabilidade temporária do império
Família: Pai de Magêncio (usurpador) e Fausta (esposa de Constantino)
Conclusão
Maximiano foi um imperador moldado pela guerra e pela lealdade. Embora não tenha sido um estrategista político como Diocleciano, sua força militar foi essencial para manter a integridade do Império Romano durante um dos períodos mais turbulentos de sua história. Sua trajetória, marcada por glória, traição e tragédia, reflete as complexidades do poder imperial no final da Antiguidade.