Maxêncio (306 – 312)
O Imperador Maxêncio (306–312)
Introdução
O período da Tetrarquia no Império Romano foi marcado por intensas disputas políticas e militares. Entre os protagonistas desse cenário turbulento está Marco Aurélio Valério Maxêncio, imperador romano entre 306 e 312 d.C. Embora seu reinado tenha sido breve, Maxêncio desempenhou um papel crucial na transição do Império para o domínio de Constantino, o Grande. Esta monografia busca analisar a ascensão, o governo e a queda de Maxêncio, bem como seu legado histórico.
Contexto Histórico
A Tetrarquia foi instituída por Diocleciano em 293 para resolver crises internas e externas do Império.
O sistema previa dois augustos e dois césares, mas após a abdicação de Diocleciano e Maximiano em 305, surgiram disputas sucessórias.
Maxêncio, filho de Maximiano, não foi incluído na sucessão oficial, o que gerou ressentimento e ambições políticas.
Ascensão ao Poder
Em 28 de outubro de 306, Maxêncio foi proclamado imperador em Roma por tropas da guarda pretoriana e pela população local.
Seu pai, Maximiano, retornou à vida política para apoiá-lo, embora a relação entre ambos tenha se deteriorado posteriormente.
Maxêncio controlava a Itália e a África, mas não era reconhecido oficialmente pela Tetrarquia.
Governo e Administração
Maxêncio investiu em obras públicas em Roma, como a Basílica de Maxêncio (ou de Constantino), símbolo de seu poder e prestígio.
Manteve o apoio da aristocracia senatorial e da guarda pretoriana, mas enfrentou dificuldades militares e políticas.
Seu governo foi marcado por uma tentativa de restaurar a centralidade de Roma, em contraste com a descentralização promovida pela Tetrarquia.
Conflito com Constantino
Constantino, proclamado imperador no Ocidente, tornou-se o principal rival de Maxêncio.
Em 312, Constantino marchou sobre a Itália, derrotando as forças de Maxêncio em várias batalhas.
A Batalha da Ponte Mílvia, em 28 de outubro de 312, foi decisiva: Maxêncio morreu afogado no rio Tibre durante a retirada.
Legado e Avaliação Histórica
Maxêncio foi retratado negativamente pelas fontes cristãs, que exaltaram Constantino como o escolhido de Deus.
Apesar disso, sua contribuição arquitetônica e seu papel na resistência à Tetrarquia merecem reavaliação.
Seu reinado representa a tensão entre o velho modelo imperial romano e as novas forças políticas e religiosas que moldariam o futuro do Império.
Conclusão
Maxêncio foi uma figura complexa, muitas vezes obscurecida pela propaganda de seus inimigos. Seu governo, embora breve, foi significativo por representar uma tentativa de restaurar a centralidade de Roma e resistir às mudanças promovidas pela Tetrarquia. Sua derrota por Constantino marcou o início de uma nova era para o Império Romano, com profundas implicações religiosas e políticas.