Günther Korten: Chefe do Estado-Maior da Luftwaffe
Günther Korten: Chefe do Estado-Maior da Luftwaffe
Günther Korten foi uma figura proeminente na Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial, ascendendo ao cargo de Chefe do Estado-Maior. Sua carreira, marcada por um rápido progresso e uma dedicação inabalável ao serviço, o colocou no centro das operações aéreas alemãs em um dos períodos mais tumultuados da história. Esta monografia visa explorar sua trajetória profissional, suas contribuições para a Luftwaffe e o impacto de sua liderança, culminando em sua morte trágica no atentado de 20 de julho de 1944.
Início da Carreira e Ascensão
Nascido em 26 de julho de 1898 em Köln-Wahn, Günther Korten iniciou sua carreira militar no Exército Imperial Alemão em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial. Após o armistício, Korten permaneceu nas forças armadas, mas com as restrições impostas pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha foi proibida de ter uma força aérea significativa. No entanto, Korten secretamente começou seu treinamento como piloto na União Soviética, uma prática comum entre os militares alemães da época para contornar as proibições.
Com a ascensão de Hitler ao poder e a remilitarização da Alemanha, a Luftwaffe foi oficialmente estabelecida em 1935. Korten rapidamente se transferiu para a nova força aérea, onde suas habilidades e experiência como piloto e oficial foram altamente valorizadas. Sua competência e dedicação o levaram a uma ascensão meteórica. Ele serviu em vários cargos de comando e estado-maior, ganhando reputação por sua inteligência tática e capacidade de organização.
Contribuições na Segunda Guerra Mundial
Com o início da Segunda Guerra Mundial, a Luftwaffe desempenhou um papel crucial nas primeiras vitórias da Alemanha, e Korten estava no centro das operações. Em 1940, durante a Batalha da França, ele serviu como Chefe de Gabinete da Luftflotte 3 (Frota Aérea 3), uma das principais formações da Luftwaffe envolvidas na campanha. Sua participação nessa fase vitoriosa cimentou sua reputação como um estrategista competente.
À medida que a guerra progredia e a Alemanha invadia a União Soviética, Korten foi transferido para a Frente Oriental. Em 1942, ele se tornou Chefe de Gabinete da Luftflotte 4, que apoiava as operações do Grupo de Exércitos Sul. Nesse papel, ele esteve intimamente envolvido no planejamento e execução do apoio aéreo para campanhas cruciais, incluindo a Batalha de Stalingrado. Embora a campanha de Stalingrado tenha terminado em desastre para a Alemanha, a atuação de Korten foi reconhecida, e ele continuou a ser considerado um oficial de alto valor.
Chefe do Estado-Maior da Luftwaffe
Em 1943, a Luftwaffe estava sob imensa pressão nos múltiplos fronts. O sucessor de Korten como Chefe do Estado-Maior foi Hans Jeschonnek, que cometeu suicídio em agosto daquele ano devido às crescentes derrotas e à pressão de Hitler. Após um breve período em que Hermann Göring assumiu interinamente a chefia do Estado-Maior, Günther Korten foi nomeado para o cargo em 25 de agosto de 1943.
Como Chefe do Estado-Maior, Korten enfrentou desafios colossais. A Luftwaffe estava em declínio, sofrendo pesadas perdas em aviões e pessoal, enquanto as forças aéreas Aliadas aumentavam sua superioridade numérica e tecnológica. Korten se dedicou a tentar revitalizar a força aérea, buscando melhorar a produção de aeronaves, treinar novos pilotos e desenvolver novas táticas. Ele também era um defensor da doutrina de caças defensivos para proteger o espaço aéreo alemão dos bombardeios aliados, uma estratégia que muitas vezes entrava em conflito com a insistência de Hitler em aeronaves de ataque e bombardeiros.
Apesar de seus esforços, Korten operava sob o fardo das interferências de Hitler e da ineficiência administrativa dentro da própria Luftwaffe, bem como da escassez crônica de recursos. Ele testemunhou a erosão gradual do poder aéreo alemão, que culminou na superioridade aérea Aliada no final da guerra.
Morte no Atentado de 20 de Julho de 1944
A vida e carreira de Günther Korten foram abruptamente encerradas em 20 de julho de 1944. Ele estava presente na "Toca do Lobo" (Wolfsschanze), o quartel-general de Hitler na Prússia Oriental, quando o Coronel Claus von Stauffenberg detonou uma bomba em uma tentativa de assassinato contra o Führer.
Korten estava perto de Hitler na mesa de conferências quando a bomba explodiu. Ele foi gravemente ferido, sofrendo múltiplos ferimentos de estilhaços. Apesar dos esforços para salvá-lo, Korten sucumbiu aos seus ferimentos dois dias depois, em 22 de julho de 1944. Sua morte foi mais uma perda significativa para a Luftwaffe e para o alto comando alemão, que já enfrentava uma crise de liderança.
Legado
Günther Korten é lembrado como um oficial capaz e dedicado que serviu a Luftwaffe em um período de imensa dificuldade. Sua ascensão ao topo da hierarquia da força aérea alemã demonstra sua competência e a confiança que seus superiores depositavam nele. Embora não tenha conseguido reverter o declínio da Luftwaffe, suas tentativas de fazê-lo e sua dedicação ao serviço são notáveis. Sua morte no atentado de 20 de julho, ao lado de outros oficiais leais, ressalta a turbulência e o desespero que marcavam os últimos anos da Segunda Guerra Mundial para a Alemanha nazista.