Geta (209 – 211, co-imperador)

 

Geta, cujo nome completo era Publius Septimius Geta, foi um imperador romano que governou brevemente como co-imperador com seu irmão Caracala entre os anos de 209 e 211 d.C., durante a dinastia Severa. Filho de Sétimo Severo e Júlia Domna, Geta foi desde cedo inserido no mundo político romano, crescendo em meio a intrigas palacianas e disputas familiares intensas.

Ascensão ao poder

Em 209, seu pai Sétimo Severo nomeou Geta co-imperador (augustus), posição que compartilharia com seu irmão mais velho, Caracala. A ideia era manter a estabilidade do império com uma transição suave após a morte de Severo. No entanto, o plano revelou-se desastroso.

Relação com Caracala

A relação entre os irmãos era marcada por rivalidade extrema. Fontes antigas, como o historiador Cassio Dio, descrevem um clima de tensão constante, com ambos vivendo em extremos opostos do palácio, cercados por guardas próprios, evitando até mesmo a comunicação direta. Após a morte de Sétimo Severo em 211, a frágil aliança entre os irmãos rompeu-se de vez.

Assassinato e damnatio memoriae

Poucos meses após a morte do pai, Caracala mandou assassinar Geta — supostamente na presença da mãe, Júlia Domna. A morte de Geta foi seguida por uma campanha de “damnatio memoriae”, prática romana de apagar a memória oficial de um indivíduo. Seus retratos foram destruídos, seus nomes retirados de monumentos e documentos, e milhares de seus apoiadores foram executados ou exilados.

Legado

Apesar de seu governo curto, Geta permanece um exemplo notável das complexidades políticas do Império Romano — um jovem imperador tragado por ambições familiares e pela brutalidade do poder absoluto. Sua história revela não apenas as fragilidades do modelo de co-regência, mas também os limites da propaganda imperial na Roma do século III.