Constâncio Cloro (305 – 306)

 


Constâncio Cloro: O Imperador Romano do Ocidente (305–306)


Introdução

Constâncio Cloro, nascido Flávio Valério Constâncio, foi uma figura central no período da Tetrarquia, sistema político criado por Diocleciano para estabilizar o Império Romano. Governou como César a partir de 293 e como Augusto do Ocidente entre 305 e 306. Apesar de seu curto reinado como imperador pleno, sua importância histórica é amplificada por seu papel na reunificação da Britânia e por ser pai de Constantino, o Grande.

Origens e Ascensão

Nascimento: 31 de março de 250, em Naísso (atual Niš, Sérvia), na província romana da Mésia Superior.

Origem social: De família modesta, embora fontes posteriores tenham tentado vinculá-lo à dinastia de Cláudio II Gótico.

Carreira militar: Destacou-se como oficial no exército romano, servindo sob os imperadores Aureliano e Caro.

Nomeação como César: Em 1º de março de 293, foi nomeado César por Maximiano, no contexto da Tetrarquia, recebendo o controle da Gália, Britânia e Hispânia3.

Conquistas Militares e Administração

Campanhas na Britânia e Gália

Derrotou o usurpador Caráusio e, posteriormente, Alecto, reunificando a Britânia ao Império.

Restaurou a ordem e fortaleceu a presença romana na região, inclusive reconstruindo a Muralha de Adriano.

Enfrentou os alamanos e francos ao longo do Reno, consolidando a fronteira norte.

Administração e Infraestrutura

Estabeleceu sua capital em Augusta Treverorum (atual Trier, Alemanha), que se tornou um centro administrativo e militar importante.

Promoveu obras públicas e reorganizou as províncias britânicas conforme os moldes da reforma de Diocleciano.

Religião e Perseguição aos Cristãos

Durante a perseguição de Diocleciano (303), Constâncio se destacou por sua moderação.

Segundo Lactâncio e Eusébio, limitou-se à destruição de igrejas, sem perseguir ativamente os cristãos3.

Essa postura mais tolerante influenciaria a política religiosa de seu filho Constantino.

Reinado como Augusto (305–306)

Tornou-se Augusto do Ocidente após a abdicação de Diocleciano e Maximiano em 305.

Iniciou uma campanha contra os pictos na Escócia, mas adoeceu e morreu em Eboraco (atual York, Inglaterra) em 25 de julho de 306.

Suas tropas proclamaram seu filho Constantino como imperador, desafiando a ordem sucessória da Tetrarquia e iniciando uma nova fase de conflitos civis.

Família e Legado

Esposas: Helena (mãe de Constantino) e depois Flávia Maximiana Teodora (filha de Maximiano).

Filhos: Constantino, Flávio Dalmácio, Júlio Constâncio, Hanibaliano, Flávia Júlia Constância, Anastácia e Eutrópia.

Legado:

Pai de Constantino, o Grande, primeiro imperador cristão.

Fundador da dinastia constantiniana.

Figura-chave na transição do paganismo para o cristianismo no Império Romano.

Conclusão

Constâncio Cloro foi um imperador de transição, cuja atuação militar e política preparou o terreno para transformações profundas no Império Romano. Sua moderação religiosa, habilidade militar e papel como progenitor de Constantino o colocam como uma figura essencial na história do Baixo Império.