Avito (455 – 456)
Imperador Avito (455–456 d.C.)
Introdução
O Império Romano do Ocidente, no século V, enfrentava uma crise terminal. Em meio a invasões bárbaras, instabilidade política e fragmentação territorial, surgiu a figura de Marco Mecílio Flávio Eparquio Avito, mais conhecido como Imperador Avito. Seu breve reinado, entre 455 e 456 d.C., reflete os dilemas de um império em colapso, onde a autoridade imperial era cada vez mais simbólica e dependente de alianças militares com povos germânicos.
Contexto Histórico
O Império em Crise
Após o saque de Roma pelos vândalos em 455, o imperador Petrônio Máximo foi assassinado.
O trono ocidental tornou-se alvo de disputas entre facções romanas e líderes bárbaros.
A autoridade imperial era contestada tanto em Roma quanto nas províncias.
Ascensão de Avito
Avito era um aristocrata galorromano, nascido por volta de 395 na região da Gália.
Tinha experiência como administrador e diplomata, e era respeitado entre os visigodos.
Foi proclamado imperador em Arles, com apoio de Teodorico II, rei dos visigodos.
O Reinado de Avito (455–456)
Alianças com os Bárbaros
Avito foi o primeiro imperador ocidental a depender abertamente do apoio visigodo.
Nomeou visigodos para cargos importantes, o que gerou descontentamento entre os romanos.
Permitiu que os visigodos expandissem seu território na Hispânia.
Administração e Política
Tentou restaurar a autoridade imperial na Gália, onde tinha maior apoio.
Enfrentou resistência em Roma, especialmente do Senado e da aristocracia italiana.
Sua política de aproximação com os bárbaros foi vista como traição por muitos romanos.
Queda e Morte
Em 456, o general romano Ricimer derrotou as forças de Avito perto de Placência.
Avito foi forçado a abdicar e tornou-se bispo de Piacenza.
Morreu pouco depois, possivelmente assassinado ou vítima de maus-tratos.
Legado e Avaliação Histórica
Um Império Irrecuperável
O reinado de Avito simboliza a impotência do poder imperial no Ocidente.
Sua dependência dos visigodos antecipou a fragmentação definitiva do império.
Julgamento dos Historiadores
Alguns o veem como um pragmático, tentando salvar o que restava do império.
Outros o consideram um fantoche dos bárbaros, incapaz de governar com autonomia.
Conclusão
O imperador Avito foi uma figura de transição, entre o ideal romano de autoridade centralizada e a realidade de um império dominado por forças externas. Seu breve reinado ilustra a complexidade das relações entre romanos e bárbaros, e a dificuldade de manter a unidade imperial em tempos de colapso. Embora tenha governado por pouco tempo, sua trajetória revela muito sobre os últimos suspiros do Império Romano do Ocidente.