Serquete: A Deusa Escorpião do Antigo Egito
Serquete: A Deusa Escorpião do Antigo Egito
Resumo
Esta monografia explora a figura mitológica de Serquete, uma das divindades mais antigas e enigmáticas do panteão egípcio. Representada como uma mulher com um escorpião sobre a cabeça, Serquete era reverenciada como protetora contra venenos, guardiã dos mortos e símbolo de cura e renascimento. A análise abrange sua origem, iconografia, papel religioso e simbólico, bem como sua influência na medicina e nos rituais funerários egípcios.
Introdução
A mitologia egípcia é rica em divindades que personificam aspectos da natureza, da vida e da morte. Entre elas, Serquete se destaca como uma deusa protetora, associada ao escorpião, cuja dualidade entre veneno e cura reflete a complexidade da espiritualidade egípcia.
Origem e Nomes
Serquete (ou Serket, Selket, Selkis, Sélquis) é uma deusa do Baixo Egito, com culto registrado desde a I Dinastia (c. 3100 a.C.). Seu nome deriva da expressão egípcia Serket hetyt, que significa “aquela que faz a garganta respirar”—uma referência à sua capacidade de curar asfixia causada por picadas venenosas.
Representação e Iconografia
Serquete é comumente representada como uma mulher com um escorpião sobre a cabeça, com a cauda erguida em posição de ataque. Em contextos funerários, aparece com os braços estendidos, protegendo o falecido. Em outras versões, pode surgir com cabeça de leoa, corpo de mulher ou até como um escorpião com cabeça humana2.
Funções e Atribuições
Protetora contra venenos
Serquete era invocada para proteger contra picadas de escorpiões e mordidas de cobras. Os sacerdotes dedicados a ela eram também médicos e magos, especializados em curas mágicas.
Guardiã dos mortos
Ela era uma das quatro deusas que protegiam os vasos canopos, sendo responsável por guardar o que continha os intestinos do falecido. Era chamada de “Senhora da Linda Casa”, em referência ao pavilhão de embalsamamento1.
Deusa do renascimento
Nos textos funerários, Serquete aparece como a “mãe dos defuntos”, ajudando-os a respirar no renascimento no além. Ela também desempenha papel importante na proteção do deus-sol Rá durante sua jornada noturna pelo submundo.
Mitologia e Culto
Serquete aparece em mitos como o do nascimento de Hórus, protegendo Ísis e seu filho com sete escorpiões. Embora não tenha templos conhecidos, seu culto era difundido por todo o Egito, especialmente no Delta do Nilo2.
Relações com Outras Divindades
Serquete é frequentemente associada a Ísis, Neftis e Neite, formando um quarteto de deusas protetoras. Em algumas tradições, é considerada filha ou esposa de Rá, e mãe de Nehebkau, uma serpente protetora.
Conclusão
Serquete é uma figura que sintetiza a dualidade da natureza egípcia: o perigo e a cura, a morte e o renascimento. Sua presença nos rituais funerários e na medicina mágica revela a importância da espiritualidade como forma de proteção e equilíbrio no Antigo Egito.
Referências
Sélquis – Wikipédia
Serket – Antigo Egito
A Deusa Escorpião – Fascínio Egito