Imperadores Romanos

 

Aqui está uma lista cronológica completa dos imperadores romanos, desde o início do Império com Augusto até a queda de Roma no Ocidente (476 d.C.) e continuação no Oriente (Império Bizantino) até a queda de Constantinopla (1453 d.C.):

Império Romano do Ocidente (27 a.C. – 476 d.C.)

Dinastia Júlio-Claudiana (27 a.C. – 68 d.C.)

A Dinastia Júlio-Claudiana foi a primeira dinastia imperial de Roma, governando de 27 a.C. a 68 d.C., e marcou a transição definitiva da República para o Império. Ela foi composta por cinco imperadores: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero, todos ligados por laços de sangue ou adoção entre as famílias Júlia e Cláudia.

Augusto (27 a.C. – 14 d.C.)

Conhecido como o fundador do Império Romano, Caio Otávio, sobrinho-neto e herdeiro de Júlio César, assumiu o título de Augusto e estabeleceu o principado, um sistema que mantinha as aparências republicanas, mas concentrava o poder no imperador. Seu governo trouxe estabilidade, reformas administrativas e o início da Pax Romana, um longo período de relativa paz e prosperidade.

Tibério (14 – 37 d.C.)

Enteado e sucessor de Augusto, Tibério era um administrador competente, mas seu governo foi marcado por crescente autoritarismo e paranoia. Retirou-se para a ilha de Capri nos últimos anos de vida, governando à distância e permitindo que o clima de medo e delações se intensificasse em Roma.

Calígula (37 – 41 d.C.)

Calígula, sobrinho-neto de Tibério, começou seu reinado com popularidade, mas logo demonstrou sinais de instabilidade mental. Seu governo foi caracterizado por extravagâncias, crueldade e decisões bizarras, como nomear seu cavalo cônsul. Foi assassinado por membros da Guarda Pretoriana.

Cláudio (41 – 54 d.C.)

Tio de Calígula, Cláudio foi escolhido pelos pretorianos e surpreendeu ao se mostrar um governante eficaz. Expandiu o império com a conquista da Bretanha, promoveu reformas administrativas e ampliou o acesso à cidadania romana. No entanto, seu governo também foi influenciado por intrigas palacianas.

Nero (54 – 68 d.C.)

Filho adotivo de Cláudio, Nero começou seu reinado sob a orientação de Sêneca, mas logo se tornou conhecido por sua tirania, perseguições (especialmente contra cristãos) e extravagâncias. O grande incêndio de Roma em 64 d.C. e sua repressão brutal aos opositores minaram seu apoio. Declarado inimigo público, cometeu suicídio, encerrando a dinastia.

Legado

A Dinastia Júlio-Claudiana consolidou o modelo imperial romano, mas também revelou os perigos do poder absoluto. Seu fim deu início ao conturbado Ano dos Quatro Imperadores, até a ascensão da Dinastia Flaviana.


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Ano dos Quatro Imperadores (68 – 69)


O "Ano dos Quatro Imperadores" (68–69 d.C.) foi um dos momentos mais turbulentos da história do Império Romano, marcado por instabilidade política, ambição desmedida e lutas pelo poder após o colapso do reinado de Nero. Vamos desenvolver:

Contexto
O imperador Nero suicidou-se em 68 d.C., deixando o Império sem um herdeiro direto. Isso desencadeou uma rápida sucessão de imperadores, cada um apoiado por diferentes facções do exército e do Senado.

Os Quatro Imperadores

Galba Governador da Hispânia, foi proclamado imperador com apoio do Senado após a morte de Nero. No entanto, seu governo foi impopular por causa de sua severidade e recusa em pagar recompensas às legiões. Foi assassinado por ordem de Otão, que aspirava ao trono.

Otão Após conspirar contra Galba, tornou-se imperador. Entretanto, seu governo durou apenas três meses, pois foi desafiado por Vitélio, que tinha o apoio das legiões da Germânia. Derrotado na Batalha de Bedríaco, Otão cometeu suicídio.

Vitélio Ascendeu ao trono com apoio militar, mas seu reinado foi marcado por desgoverno, luxo excessivo e violência. Rapidamente perdeu o controle e enfrentou a ascensão de um novo rival: Vespasiano.

Vespasiano General respeitado, foi proclamado imperador pelas legiões do Oriente. Derrotou Vitélio e entrou triunfante em Roma no fim de 69 d.C., dando início à dinastia flaviana. Seu governo trouxe estabilidade e reformas ao Império.

Consequências

O ano demonstrou o poder crescente do exército na definição da autoridade imperial.
Revelou a fragilidade do sistema sucessório romano.
Abriu caminho para a estabilização sob os Flávios.


Ano dos Quatro Imperadores (68 – 69)

  1. Galba (68 – 69)

  2. Otão (69)

  3. Vitélio (69)


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Dinastia Flaviana (69 – 96)

Contexto e Ascensão

A Dinastia Flaviana surgiu após o conturbado “Ano dos Quatro Imperadores” (69 d.C.), um tempo de guerra civil e instabilidade política após o suicídio de Nero. Tito Flávio Vespasiano, general veterano e fundador da dinastia, emergiu vitorioso e assumiu o trono como imperador Vespasiano. A nova dinastia trouxe uma aura de estabilidade, após as extravagâncias dos últimos Júlio-Claudianos.

Os Três Imperadores Flávios

  1. Vespasiano (69–79 d.C.):

    • Reorganizou as finanças públicas, que estavam em ruínas.

    • Iniciou a construção do Anfiteatro Flaviano, mais conhecido como o Coliseu.

    • Enfatizou valores tradicionais e a autoridade imperial em detrimento do culto à personalidade.

  2. Tito (79–81 d.C.):

    • Filho de Vespasiano e popular entre o povo.

    • Reinou durante tragédias como a erupção do Vesúvio (79 d.C.) e um grande incêndio em Roma.

    • Finalizou a construção do Coliseu e inaugurou-o com jogos grandiosos.

  3. Domiciano (81–96 d.C.):

    • Irmão de Tito, governou com mão de ferro e centralizou o poder.

    • Apesar de sua fama de tirano, promoveu obras públicas e reformas administrativas.

    • Foi assassinado em uma conspiração palaciana; seu nome foi apagado de monumentos (damnatio memoriae).

Legado da Dinastia

  • Contribuiu para a transição definitiva do principado para o domínio absoluto (dominato).

  • Consolidou o poder militar do imperador e reforçou a autoridade imperial.

  • Deixou um marco arquitetônico indelével com o Coliseu, símbolo eterno de Roma.

  • Serviu como uma ponte entre as antigas tradições republicanas e o império cada vez mais autocrático dos Antoninos.


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Dinastia Nervan-Antonina (96 – 192)

(Período dos "Cinco Bons Imperadores")
12. Nerva (96 – 98)
13. Trajano (98 – 117)
14. Adriano (117 – 138)
15. Antonino Pio (138 – 161)
16. Marco Aurélio (161 – 180)
17. Lúcio Vero (161 – 169, coimperador com Marco Aurélio)
18. Cômodo (180 – 192)

Ano dos Cinco Imperadores (193)

  1. Pértinax (193)

  2. Dídio Juliano (193)

Dinastia Severana (193 – 235)

  1. Sétimo Severo (193 – 211)

  2. Caracalla (198 – 217, co-imperador desde 198)

  3. Geta (209 – 211, co-imperador)

  4. Macrino (217 – 218)

  5. Heliogábalo (218 – 222)

  6. Alexandre Severo (222 – 235)

Crise do Século III (235 – 284)

(Período de grande instabilidade, dezenas de imperadores e usurpadores)
27. Maximino Trácio (235 – 238)
28. Gordiano I (238)
29. Gordiano II (238)
30. Balbino e Pupieno (238)
31. Gordiano III (238 – 244)
32. Filipe, o Árabe (244 – 249)
33. Décio (249 – 251)
34. Treboniano Galo (251 – 253)
35. Emiliano (253)
36. Valeriano (253 – 260)
37. Galieno (253 – 268, coimperador desde 253)
38. Cláudio II Gótico (268 – 270)
39. Quintilo (270)
40. Aureliano (270 – 275)
41. Tácito (275 – 276)
42. Floriano (276)
43. Probo (276 – 282)
44. Caro (282 – 283)
45. Carino (283 – 285)
46. Numeriano (283 – 284)

Tetrarquia e reformas (284 – 324)

  1. Diocleciano (284 – 305)

  2. Maximiano (286 – 305)

  3. Constâncio Cloro (305 – 306)

  4. Galério (305–311)

  5. Severo II (306 – 307)

  6. Maxêncio (306 – 312)

  7. Licínio (308 – 324)

  8. Maximino Daia (310 – 313)

Dinastia Constantiniana (306 – 363)

  1. Constantino I, ou o Grande (306 – 337)

  2. Crispo (317 – 326, co-imperador)

  3. Constantino II (337 – 340)

  4. Constante I (337 – 350)

  5. Constâncio II (337 – 361)

  6. Juliano, o Apóstata (361 – 363)

Dinastia Valentiniana (364 – 392)

  1. Valentiniano I (364 – 375)

  2. Valente (364 – 378, coimperador no Oriente)

  3. Graciano (367 – 383)

  4. Valentiniano II (375 – 392)

Dinastia Teodósica (379 – 455)

  1. Teodósio I (379 – 395, último a governar o Império unificado)

  2. Arcádio (383 – 408, Oriente)

  3. Honório (395 – 423, Ocidente)

  4. Teodósio II (408 – 450, Oriente)

  5. João Primicério (423 – 425, usurpador)

  6. Valentiniano III (425 – 455)

Últimos Imperadores do Ocidente

  1. Petrônio Máximo (455)

  2. Avito (455 – 456)

  3. Majoriano (457 – 461)

  4. Líbio Severo (461 – 465)

  5. Antêmio (467 – 472)

  6. Olíbrio (472)

  7. Glicério (473 – 474)

  8. Júlio Nepos (474 – 475, reconhecido até 480)

  9. Rômulo Augústulo (475 – 476) – Último imperador romano do Ocidente

Império Romano do Oriente (Império Bizantino) – 330 a 1453

O Império do Oriente continuou até 1453, com imperadores como:

  • Justino I (518 – 527)

  • Justiniano I (527 – 565)

  • Heráclio (610 – 641)

  • Leão III, o Isáurico (717 – 741)

  • Basilisco I (867 – 886)

  • Constantino VII (913 – 959)

  • Basílio II, o Bulgaróctono (976 – 1025)

  • Alexis I Comneno (1081 – 1118)

  • Miguel VIII Paleólogo (1261 – 1282)

Último imperador bizantino:

  • Constantino XI Paleólogo (1449 – 1453) – morreu durante a defesa de Constantinopla, na conquista otomana.