Grandes Navegações e Expansão Europeia
Grandes Navegações e Expansão Europeia
Introdução
Entre os séculos XV e XVII, a Europa viveu um dos períodos mais decisivos da sua história: as Grandes Navegações e a subsequente expansão marítima e comercial. Motivados por interesses económicos, religiosos e políticos, os reinos ibéricos – sobretudo Portugal e Espanha – lançaram-se à descoberta de novas rotas marítimas e territórios. Este movimento deu origem à globalização inicial, colocando em contacto permanente continentes e culturas diversas. A presente monografia tem como objetivo analisar as causas, os protagonistas, os principais feitos e as consequências históricas das Grandes Navegações e da expansão europeia.
Capítulo 1: Causas das Grandes Navegações
1.1 Motivações económicas
Com o encerramento de rotas comerciais terrestres pelo Império Otomano e a crescente procura por especiarias, ouro e produtos exóticos, a Europa procurava novas vias de acesso ao Oriente.
1.2 Factores técnicos e científicos
A expansão foi facilitada por avanços técnicos, como a caravela, o astrolábio, a bússola e o aperfeiçoamento das cartas náuticas. O conhecimento geográfico foi impulsionado pelas descobertas renascentistas.
1.3 Incentivos políticos e religiosos
A centralização dos Estados modernos e o desejo de afirmação do poder real incentivaram as expedições. Também havia o propósito de cristianizar os povos “pagãos”, legitimando o expansionismo com um discurso religioso.
Capítulo 2: A Expansão Portuguesa
2.1 A Escola de Sagres e o impulso inicial
Sob o patrocínio do Infante D. Henrique, Portugal iniciou a exploração da costa africana a partir do século XV, fundando entrepostos e desenvolvendo conhecimento náutico.
2.2 A chegada à Índia
Em 1498, Vasco da Gama alcançou Calecute, na Índia, estabelecendo a tão almejada rota marítima para o Oriente. Portugal instalou feitorias e fortalezas ao longo do Oceano Índico.
2.3 O domínio atlântico e a chegada ao Brasil
Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou à costa brasileira. Nos anos seguintes, Portugal consolidaria sua presença em África, na Ásia e na América, criando o primeiro império marítimo moderno.
Capítulo 3: A Expansão Espanhola
3.1 Cristóvão Colombo e a descoberta da América
Em 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço da Coroa de Castela, descobriu o continente americano ao tentar alcançar o Oriente pelo Ocidente. Este feito abriu as portas à colonização do Novo Mundo.
3.2 A divisão do mundo: Tratado de Tordesilhas
Em 1494, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo em duas zonas de influência, legitimando suas ações expansionistas perante a Igreja.
3.3 Conquista e colonização
Conquistadores como Hernán Cortés e Francisco Pizarro destruíram os impérios asteca e inca, permitindo à Espanha dominar vastas regiões da América e explorar intensivamente os seus recursos.
Capítulo 4: Consequências da Expansão Europeia
4.1 Impactos económicos
A expansão deu origem ao sistema colonial e ao mercantilismo. A Europa passou a controlar o comércio de especiarias, metais preciosos, escravizados e produtos agrícolas tropicais.
4.2 Impactos culturais e demográficos
A colonização provocou o choque de civilizações, com a destruição de culturas indígenas, a evangelização forçada e a imposição da língua e da cultura europeias. Houve também um dramático declínio populacional entre os povos nativos americanos.
4.3 Formação de um sistema intercontinental
As Grandes Navegações iniciaram um processo de mundialização, estabelecendo redes comerciais e políticas que conectavam a Europa, África, Ásia e América. Este processo lançou as bases da economia-mundo moderna.
Conclusão
As Grandes Navegações foram um marco da Idade Moderna, impulsionando a afirmação europeia no cenário global. Combinando ambição económica, fervor religioso e inovação técnica, os reinos ibéricos lideraram um processo de expansão que alterou profundamente o equilíbrio de poder, as culturas e a economia mundial. Os seus efeitos, tanto positivos como negativos, são ainda hoje visíveis na geopolítica, na cultura global e nas relações entre os continentes.
Bibliografia
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